Segundo
dia. Dia da ficha cair. Dia em que se começa finalmente a perder as esperanças.
Dia em que a dor da desilusão encontra seu ápice. E os questionamentos “onde eu
errei?” ou “por que ele não sente mais o mesmo?” continuam. E tudo o que se
quer é entender os desdobramentos da história que levaram ao “the end”.
Acho
que toda história de amor tem seus problemas, seus obstáculos. Uns maiores,
outros menores. Alguns estão dispostos a superar, outros são vencidos pelas
dificuldades. Alguns tentam até o fim. Outros simplesmente se cansam, deixam de
gostar. Ou talvez nunca tenham gostado o suficiente para enfrentar as
adversidades encontradas. Palavras são bonitas. Um “vamos superar tudo isso
juntos” pode ser dito de qualquer forma, a qualquer momento, no calor de uma
emoção. Mas as atitudes não mentem. De repente, quando se coloca todos os pesos
na balança, essa frase proferida não condiz com a realidade.
E
seguindo a trama, um sempre sai com o coração partido. Em dois, três ou até mil
pedaços. E é uma dificuldade se recompor. Principalmente quando se vê que o
outro está seguindo e não dá tanta importância assim. A autoestima quase nem
existe mais. E o sofrimento aumenta quando se vê o quão ridículo se é por
sentir isso tudo sozinho. Por esperar uma conversa, explicações, porquês que nada irão mudar a história.
Mas
aí pela primeira vez, no terceiro dia, ao invés da ficha cair, ela despenca. E
se começa o pensamento de um novo ciclo, uma nova vida. Uma nova estrada a ser
trilhada está por vir. Um novo começo. Um novo recomeço. A certeza que a noite
a seguir não será em claro. A vontade de fazer tudo diferente no dia seguinte.
Organizar a agenda. Bater as metas. Pagar as contas. Se dedicar ao trabalho.
Ler por prazer, ler por obrigação. Assistir um filme. Canalizar a energia.
Meditar. Se arrumar. Beber chopp com os amigos. Rir por leseiras. Esquecer o
celular. E de repente não sobra tempo pra pensar no amor perdido. De repente,
tudo se acalma. E por mais que seja demorado, a rotina aos poucos volta.
O
terceiro dia traz de volta a força. E aquele que sofria começa a tornar a si.
Começa a olhar para si. Volta a ser forte. Volta a sorrir, mesmo com a ferida
ainda aberta. Anseia pelo dia em que vai recuperar toda a sua paz. E o mais
engraçado é que geralmente, nesse dia, a situação se inverte. E quem não se
importava, experimenta um pouco da agonia, do que é perder alguém que um dia só
te fez bem.
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