domingo, 12 de maio de 2019

"The end"


               Segundo dia. Dia da ficha cair. Dia em que se começa finalmente a perder as esperanças. Dia em que a dor da desilusão encontra seu ápice. E os questionamentos “onde eu errei?” ou “por que ele não sente mais o mesmo?” continuam. E tudo o que se quer é entender os desdobramentos da história que levaram ao “the end”.
                Acho que toda história de amor tem seus problemas, seus obstáculos. Uns maiores, outros menores. Alguns estão dispostos a superar, outros são vencidos pelas dificuldades. Alguns tentam até o fim. Outros simplesmente se cansam, deixam de gostar. Ou talvez nunca tenham gostado o suficiente para enfrentar as adversidades encontradas. Palavras são bonitas. Um “vamos superar tudo isso juntos” pode ser dito de qualquer forma, a qualquer momento, no calor de uma emoção. Mas as atitudes não mentem. De repente, quando se coloca todos os pesos na balança, essa frase proferida não condiz com a realidade.
               E seguindo a trama, um sempre sai com o coração partido. Em dois, três ou até mil pedaços. E é uma dificuldade se recompor. Principalmente quando se vê que o outro está seguindo e não dá tanta importância assim. A autoestima quase nem existe mais. E o sofrimento aumenta quando se vê o quão ridículo se é por sentir isso tudo sozinho. Por esperar uma conversa, explicações, porquês que nada irão mudar a história.
                Mas aí pela primeira vez, no terceiro dia, ao invés da ficha cair, ela despenca. E se começa o pensamento de um novo ciclo, uma nova vida. Uma nova estrada a ser trilhada está por vir. Um novo começo. Um novo recomeço. A certeza que a noite a seguir não será em claro. A vontade de fazer tudo diferente no dia seguinte. Organizar a agenda. Bater as metas. Pagar as contas. Se dedicar ao trabalho. Ler por prazer, ler por obrigação. Assistir um filme. Canalizar a energia. Meditar. Se arrumar. Beber chopp com os amigos. Rir por leseiras. Esquecer o celular. E de repente não sobra tempo pra pensar no amor perdido. De repente, tudo se acalma. E por mais que seja demorado, a rotina aos poucos volta.
                O terceiro dia traz de volta a força. E aquele que sofria começa a tornar a si. Começa a olhar para si. Volta a ser forte. Volta a sorrir, mesmo com a ferida ainda aberta. Anseia pelo dia em que vai recuperar toda a sua paz. E o mais engraçado é que geralmente, nesse dia, a situação se inverte. E quem não se importava, experimenta um pouco da agonia, do que é perder alguém que um dia só te fez bem.


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