segunda-feira, 9 de junho de 2014

Devaneios de uma imagem sombria

Hoje bem cedo, me olhei no espelho. Procurei naquela imagem enxergar a minha alma. Observei por baixo da minha pele, por entre o conjunto de conceitos que a sociedade para mim criou, a essência do meu ser. Olhei bem no fundo dos meus olhos. Pude ver as incertezas que me afligem e roubam minhas noites de sono. 
Queria nessa hora, mudar. Ser menos menina, amadurecer por completo e tomar decisões assertivas. Parar de ter dúvidas. Parar de me achar infeliz e viver apenas. Viver um dia após o outro. E ter certeza que estou fazendo as coisas certas... Mas como ter certeza? Se viver é um mar de incertezas e nem sempre consigo enxergar minha alma...

Queria poder ver meus sonhos. Queria poder senti-los. Mas não, nem isso enxergo. Não sei o que almejo. Não sei o que esperar do futuro e nem muito menos do presente. E o passado por vezes bom, por vezes castigante, compõe alguém que não aprendeu a ser feliz por completo. Alguém que por ocasiões passadas se tornou forte mas que nunca perdeu as esperanças de que um dia tudo vai mudar.

Mas onde mudar? O que mudar? Por que mudar? Quando a gente entra nessa de não gostar da nossa personalidade, da forma como agimos ficamos assim. Evitamos olhar no espelho pra não ver nossa alma e ficarmos cada dia mais tristes...
 
Mas isso seria a solução? Quebrar o espelho não muda o rumo do futuro. Quebrar o espelho pode apenas acalmar nossa angústia interna. Mas se fizermos isso tudo pode ser pior. Porque um dia teremos de encarar a nossa imagem. E sem o espelho, não vamos te-la transformado.

 Erguer a cabeça. Aceitar. Mudar. Transformar. O resto nada importa.