quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Uma reflexão de relacionamentos

De vez em quando paramos e nos perguntamos o porque de certos rumos que o destino toma. Na nossa vida afetiva, por exemplo. Às vezes nos questionamos porque a pessoa amada vai embora mediante algum comportamento errado nosso. Seria simples responder: "Porque ela não me ama."

Tudo bem que isso é em parte verdade. Mas será apenas isso? Numa relação há duas partes. Ambas devem crescer juntas, se enxergar como são e não de forma idealizada. O amor nasce daí. Nasce do gostar não apenas das qualidades, mas também dos defeitos. Quando isso não acontece, o sentimento se vai. E o que se pode concluir é que esse sentimento tão frágil é paixão, ante-sala do amor.

Mas vejamos: Da idealização do amor nasce a relação de controle, de querer mudar o outro. Em alguns casos, a pessoa permite pelo simples fato de não se amar, de querer agradar ao outro por medo de perdê-lo. A pessoa não se enxerga e por isso vive em função do outro. O contrário também pode ocorrer. Por não se amar, nem achar que o parceiro(a)  possa amá-la, perde a confiança e o foco em si própria e passa a querer estabelecer uma relação de controle e dependência. Tudo por falta de amor-próprio. Tudo porque acha que ninguém vai amá-la do jeito que é. Tudo isso porque só se visualiza do pior ângulo, o dos defeitos.

É necessário então uma mudança profunda. É necessário se descobrir, se conhecer. Saber as qualidades. É preciso mudar a forma de se ver. A forma como nos vemos é a mesma que achamos que os outros nos vêem.

Então será que o outro vai embora apenas porque não nos ama ou porque não fazemos por onde deixar o amor dele por nós acontecer?

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Amor é para poucos

Há uns três dias estou lendo um livro muito revelador. O dito-cujo, por nome "Quem me roubou de mim?", do autor Pe. Fábio de Melo mostra o quanto é difícil relacionar-se com pessoas. Qualquer pessoa.

Isso porque há pessoas que não aprenderam a se relacionar. Querem ter controle sobre a vida do outro. Querem mudar o outro. Querem fazer do outro um prisioneiro do seu mundo. Mas amor não é isso. Amor é dar liberdade para o outro. É respeitar as diferenças. É entender que o outro possui vida própria. Possui amigos, família, trabalho e vontade própria.

Acontece que há uma linha tênue entre amor e possessividade. Mas a diferença entre os dois é gritante. Amor entende as diferenças. Possessividade quer suprimi-las. Amor é livre, completa. Possessividade prende, diminui. Amor quer ver o outro bem, perdoa. Possessividade causa medo.

Essa possessividade em muitos casos é responsável por um ato desumano: o sequestro da alma. Isso só ocorre quando a vítima se deixa sequestrar. Quando deixa que o outro tome conta do seu mundo e mude tudo o que nele existe. Quando se acostuma a deixar que o outro domine até sua personalidade.

Não defendendo os sequestradores, mas às vezes eles nem sabem o que fazem, o mal que estão causando. Às vezes agem assim tomados pela ansiedade ou por falta de confiança no amor do outro. Ou por acreditar que tornando o outro dependente ele nunca vá em bora.

Mas vai. A vítima uma hora precisa libertar-se do cativeiro. A vítima precisa respirar para entender os sentimentos pelo sequestrador de sua alma.

Eu vou mais fundo. Se o sequestrador arrepende-se e inicia uma mudança interna e repensa todas as suas atitudes, a vítima não poderia acompanhar junto tais mudanças? Não poderia dar uma chance?

Até pode, se existe amor e não apenas dependência. Se a vítima ama de verdade quem a a sequestrou ou tentou sequestrar, ela vai dar uma nova oportunidade para que o outro mostre o quanto pode ser diferente. E o sequestrador pode amar? Talvez ele não saiba bem o que é amor, mas pode aprender.Mas aí é que está. Amor é para poucos.

A vítima quer se libertar, pensar nela agora. Não está errada. Mas o fato de não querer ver o seu sequestrador se redimir pode ser significativo de que nunca o tenha amado. Mas é vítima, não se pode recriminar. Vítima do sequestrador. Vítima dela mesma que nunca conheceu o amor.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Essenciais e só

Só ficou saudade
Saudade das noites frias em que você me aquecia
Saudade do teu afago, dos teus braços
me envolvendo

Saudade das repreensões
Saudade dos conselhos
Saudade da sua voz me dizendo boa noite

Ficou também o remorso
Remorso dos erros por mim cometidos
Por vezes por nós cometidos
Remorso de palavras pronunciadas duramente
Remorso dos pedidos em vão

Restou também a culpa
culpa por ter feito tudo errado
culpa por não ter cuidado mais de ti
por não ter cuidado mais de mim

Somado a tudo isso há a solidão
Solidão por não te ter por perto
por saber que não há de voltar
Solidão por estar sozinha de verdade

No entanto, com tudo isso há uma nova chance
Chance de reviver a vida
de repensar os erros
de viver as mesmas situações de maneira diferente

Como acertar se não houve antes um erro?
Um erro que mostrasse consequências ruins?
As vezes erros podem ser mais do que simples erros

Eles nos ensinam
Nos mostram

Erro, saudade, remorso, culpa, solidão
Elementos por vezes dolorosos
mas essenciais a vida
Essenciais ao amadurecimento
Essenciais e só.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A ansiedade e o recomeço

O recomeço pode, por vezes, ser difícil. Difícil com certeza, no entanto divino. Divino, porque diante de cada recomeço há uma lição a ser tirada. Errar uma vez é válido, mas duas ou três é falta de inteligência. Arrepender-se dos erros pode não ser o suficiente em certas ocasiões. Na maioria delas o que se precisa é raciocinar para não repetí-los. A ansiedade, mal que acomete pessoas e pessoas nos dias de hoje, pode ser a principal causa dos erros fatais. Ela é capaz de tirar o fôlego, roubar o raciocínio e levar-nos a cometer ats inacreditáveis, por vezes cruéis.

E o que fazer diante dela?? Pergunta difícil de se responder. Resistir a ela seria a resposta mais correta. Mas como fazer isso?? Seria possível?? Em muitos casos, como o meu, tentamos fingir que ela não existe. Mas, de repente, ela aparece como um ser insaciável, devorando tudo o que há por dentro de si próprio e devastando as melhores coisas da vida. Destruindo amores, abalando amizades, afastando tudo o que faz bem.

E o que resta é vazio. Incerteza. Solidão. Culpa. É como se o mundo desmoronasse de uma hora para outra. E a culpa é nossa. Nossa porque não afastamos a ansiedade. Apenas fingimos que ela não existe. E isso não é a solução. A única cura para esse problema se encontra dentro de nós, no nosso íntimo. Mas para isso precisamos assumir que ela existe e procurar a cura. Talvez não sozinhos, talvez com a ajuda de profissionais que saibam lidar com isso.

Depois de perder tantas coisas, tantas pessoas, finalmente vejo que a ansiedade pode me destruir se eu não o fizer primeiro. E hoje estou empenhada nisso.

A saudade de quem amo machuca, dói o peito, entristece o coração. E machuca mais porque não existe volta. O tempo não volta. E as atitudes induzidas pela ansiedade não podem ser desfeitas. Desta forma o amor não volta mais. E o lugar dele é tomado pelo sofriemento, pela culpa. Mas acoplado a tudo isso há uma nova chance, um recomeço. Há a vontade de superar os problemas e dar a volta por cima. Orações ajudam, conselhos de mãe ajudam, assistir filme com as amigas também ajuda.

Mas a principal ajuda vem de dentro de si. Vem do esforço para esquecer o amor.

Um fim para isso tudo? O recomeço. Um recomeço triste, beirando a solidão. Um recomeço sem amor. Mas com uma certeza: a vontade de voltar a ser feliz.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A raiva, um sentimento devastador!



                Algumas pessoas simplesmente não sabem a hora de calar-se e pensar. O silêncio é uma arma poderosa na hora de tomar decisões.  Por falar demais, se paga mais na frente, principalmente na hora da raiva. Agir por impulso pode trazer consequências irreversíveis.
                A cabeça das pessoas, bem como o coração delas são enigmas indecifráveis. Cada um sabe apenas de si, porque não existe uma maneira de ler mentes. A certeza é que se fosse possível, algumas situações difíceis seriam resolvidas mais rapidamente. O principal mistério é: Por que as pessoas falam uma coisa e depois agem completamente diferentes do que foi planejado??? Ah mas isso não tem resposta. Aliás, até tem, mas só sabe quem passa. E nesses casos, a pessoa não costuma contar porque se portou de tal maneira e se recolhe pelo medo de encarar o outro de frente.
                Especulações poderiam ser feitas acerca desse assunto, já que o porquê real está restrito a própria pessoa.  Vamos lá. Motivo um: O ser humano sente prazer em estar por cima, em mostrar que é melhor e que tem o apoio de todos a sua volta. Motivo 2: Instinto de vingança. Fazer o outro sofrer é muito bom!!!. Motivo 3: Burrice. A cabeça das pessoas na hora da raiva não pensa. Os neurônios estão infectados e o corpo reage fazendo as chamadas “merdas” desculpa a palavra.
                Em todo caso, em todos os motivos, a raiva se esconde por trás de cada gesto. E o que se pode fazer quando a raiva estiver consumindo? Ficar calado, tomar um banho, comer chocolate, ligar para um amigo, ir à praia e dar um grito... Pode-se fazer qualquer coisa, mas atitudes precipitadas devem ser evitadas. Deve-se lembrar de que um dia a raiva passa e o que vai ficar é o remorso pelos atos errôneos.  Fica a dica: Se o bichinho verde pode destruir tudo a sua frente, porque mantê-lo em seus corações?

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Amor, um ser quase perfeito


                Tem momentos em que tudo dá uma reviravolta em nossas vidas. E o que é, já não passa a ser. E o que foi, um dia pode voltar a ser. Complicado não? E quem entende as coisas do coração? Esse órgão burro e cego nos mete em cada roubada... Mas senhoras e senhores triste é quem nunca se apaixonou, quem nunca sofreu por amor, quem nunca se doou em nome desse sentimento.
Há quem diga que se apaixonar sem limites é um ato de extrema burrice pendendo para a loucura. Há quem diga que trabalhar, se dedicar a profissão e passear é mais importante do que o amor. E há quem não diga nada. Há quem apenas espera as coisas acontecerem. Há ainda quem fica escrevendo como desabafo apenas para por a angústia para fora. Angústia por não ter controle da situação. Angústia por estar tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe. Angustia por observar o amor se ir sem nada poder fazer.
“Há! Mas que dane-se o amor, eu tenho amigos, um carro e posso sair pra onde quiser sem dar explicações e ficar com quem eu quiser!” Tudo balela. Ao final, nós procuramos pela simples entrega, pelos carinhos, pelo companheirismo que valem muito mais do que mil noites de sono perdidas na night com os amigos. Mas e daí se renunciamos as coisas? E daí se precisamos passar por mudanças? Isso tudo é compensado com cada sorriso, cada beijo, cada braço...

É isso. Todos querem viver um amor, estar apaixonados, encontrar a pessoa certa. Todos precisam desse sentimento para se sentir vivos. Uma vida sem amor é no mínimo vazia. Acontece que nem sempre a pessoa certa é a pessoa certa. Às vezes a errada é a certa. Porque muitas vezes o que a errada quer é a felicidade do outro e mostrar que o seu amor apesar de “errado”, é de verdade.
Sem mais, não devemos nos arrepender do amor que sentimos. Porque mesmo que este não seja correspondido, mesmo que esse amor nos traga sofrimento, ele nos mantém vivos, humanos. Ele é tão quase perfeito que nos faz felizes e submissos. Isso porque não conseguimos tê-lo quando queremos, nem mandá-lo embora quando precisamos. Se o que tem para hoje for o resto do amor, curta-o com toda a intensidade que uma dor-de-cotovelo pode trazer. Um dia o amor volta. Inteiro, completo, lindo e traiçoeiro.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Um Ciclo para cada Medo



            A transição de ciclos é algo que sempre gera expectativas, porém que causa certo receio. O início, o novo assusta porque a sensação é como pisar em terra desconhecida, não se sabe o tipo de receptividade dos nativos. Isso é válido para qualquer mudança ocorrida no que se chama vi. Desde a infância quando aprender a falar e andar são os desafios até a terceira idade, quando cuidar da saúde e estar junto à família passa a ser a maior preocupação.
            Nem todos se lembram do dia em que entraram na escola. Mas com certeza, naquele momento o medo de ficar longe do porto seguro, dos pais, pairou em cada um. Só depois de um tempo se entende a importância de ir todos os dias àquele lugar. O Jardim de Infância passa a ser uma segunda casa, com uma segunda família, chamada de “Coleguinhas de turma”.E no Jardim de Infância se aprende a ler. Aprende-se a socializar. Aprendem-se os verdadeiros valores. Aprende-se também que a hora de crescer exige a entrada no Ensino Fundamental. E o crescimento é salientado quando os interesses pelo sexo oposto mudam de “vontade de matar” para “vontade de estar junto”.
            De repente deixa-se a infância e encara-se a adolescência. Brincar de roda e pintar com giz de cera não mais é o grande desafio. Importância maior é dada a aparência física, a aceitação pelos outros e aos estudos. Os anos de pré-vestibular são os piores de todos. A pressão dos pais, parentes e amigos para que o resultado seja a aprovação num curso que vai ser a sua ocupação para o resto da vida é algo que mexe não só com as emoções, mas com o corpo todo, inclusive com o que se chama aparelho digestivo.
            Quando finalmente se passa no vestibular, o início novamente é doce e amargo. Novos amigos, novas matérias, novos professores, novos ambientes... Trote, provas difíceis, decepções com os novos amigos, trabalhos diferentes, ocupações diferentes... É na faculdade que se tem a primeira experiência com a profissão, aquela que vai ser a companheira diária até que se entre na fase senil. A faculdade corresponde a um turbilhão de acontecimentos que não dá para resumir num texto, nem muito menos num parágrafo.
 Sair da faculdade é o começo de um novo ciclo, o que marca a intersecção entre a fase “sou dependente dos meus pais” para “vou tomar meu rumo sozinho”. Dá certo frio na barriga, porque quando finalmente se acostuma com aquela vida, quando se tem o referencial do que é faculdade, esta te enxota no Mercado de Trabalho, sem você ter certeza de nada. E a única coisa que você tem é um diploma na mão e muitos planos. E medo. Medo de não ser aceito. O mesmo medo que você tinha no Jardim de Infância, na escola ou no pré-vestibular. Mas e daí? O medo só ajudou no amadurecimento. Na verdade, vencer o medo o fez entrar em cada ciclo. E o que está por vir traz as dificuldades, mas também as regalias de se tornar adulto. “Tornar-se adulto”. Esta expressão parecia longe há pouco tempo. Mas é isso que se é quando se termina a faculdade. E o medo aos poucos vai embora. Adulto não tem medo. Pelo menos não deveria ter.

domingo, 1 de abril de 2012

Planejar é válido??

                Alguém já teve a sensação de se sentir perdido? Como se tudo planejado fosse por água abaixo e não se soubesse que rumo tomar? Perdido, sem rumo... Sem vontade de pensar numa nova estratégia? Planejar demais às vezes mais atrapalha do que ajuda a conseguir alcançar os objetivos.
            Paremos para pensar. Algo muito planejado gera muitas expectativas. Por conseguinte, o grau de estresse é elevado porque queremos tudo perfeitinho. Esse estresse pode levar-nos a cometer uma série de pequenos erros que podem culminar diretamente na “bagunça” do que foi planejado. Aí pronto. Planejamos, nos estressamos para por fim nos estressarmos mais porque nada sai direito.
            Por outro lado, quando deixamos “rolar” os ocorridos tendem a dar certo. Em primeiro lugar, ao entramos na vibe “Tô nem aí pra nada” não temos estresse em nenhum grau. Em segundo lugar, não depositamos expectativas porque simplesmente “tanto faz”. Em terceiro lugar, estando “de boa” não existem motivos para não arriscarmos e nem para agir de forma esdrúxula.
            “Viva o momento!”. Pensar demais no futuro e no que passou não é apenas tosco. Se refletirmos sobre o fato de que esquecemos completamente o presente, veremos que a situação é complicada. Dizer sim as oportunidades surgidas mesmo sem planejar, pode render momentos indescritivelmente felizes. E daí se no futuro não vai ser assim? Dane-se o futuro. O que importa é o hoje. O aqui. O agora.
            Um presente bem vivido vale muito mais do que um futuro planejado e que ainda está por vir. E em certas ocasiões, pequenos momentos de um presente sem preocupações podem transformar o nosso amanhã. O fato é que não podemos esperar a felicidade bater em nossa porta. Só se é feliz a partir do momento em que isso deixa de ser uma preocupação para tornar-se um objetivo. Uma hora, querendo ou não as coisas param de dar errado e voltam a dar certo. Não se nasce com perseverança. Se a adquire com o tempo. E é preciso tê-la para enfrentar os percalços diários. Portanto, o que fazer diante dos problemas? Sorrir e acreditar. Isso basta.            

sábado, 24 de março de 2012

Infidelidade: Três teorias para ela!

Infidelidade em relacionamentos amorosos. Do que se trata? Depois de muitas pesquisas e de refletir muito, aprofundar sobre esse tema tornou-se um grande desafio. Primeiramente vamos ao conceito de tal palavra.  Conceitos existem muitos, olhando de um ponto de vista antropológico, uma vez que estes mudam conforme a época e a sociedade. Os árabes, por exemplo, admitem que um só homem possa casar-se com várias mulheres, desde que possa dar a estas um bom padrão de vida. Esse caso não é considerado infidelidade diante dos olhares dessa população. E por que seria? O marido ama e cuida das esposas com o mesmo carinho. Todas são importantes para ele. Já na cultura ocidental, tanto os homens quanto as mulheres detêm valores que prezam pela monogamia.
Do ponto de vista da nossa sociedade, a brasileira, mais especificamente, a potiguar. O que seria infidelidade amorosa? Há quem afirme que manter relacionamentos paralelos é traição. Já outros, afirmam que a traição está ligada ao sentimento. Assim, no momento em que não há sentimento associado ao ato de trair não ocorre infidelidade. Há ainda quem afirme que traição não existe. O que há são sentimentos independentes associados a pessoas diferentes e sem ordem crescente de importância. É nesse momento em que as dificuldades de definir o conceito se instalam. Considerando que traição é todo e qualquer relacionamento que se tenha escondido do parceiro “oficial”, inicio aqui uma discussão: Por que as pessoas traem?
Primeira teoria: O relacionamento atual está desgastado e o indivíduo acaba procurando fora o que não encontra em casa. Nesse caso, teria o amor acabado? E aí vai a resposta: pode ser que sim ou que não. No caso do amor ter acabado, a traição acontece sem culpa nenhuma e a pessoa infiel está apenas buscando um novo início para sua vida amorosa. No caso de o amor ainda existir, a traição está acoplada principalmente ao sexo, à atração (porque simplesmente é da natureza do homem gostar do proibido). Nos dois casos, o traidor ou traidora em questão  procura algo que não está ao seu alcance junto ao seu parceiro ou parceira.
Segunda teoria: O Ser humano se vê numa busca eterna pelos inícios que os relacionamentos proporcionam. Ele precisa daquela eterna sensação de começo, de novidade para se instigar sexualmente. Então ele complementa seu relacionamento com outro simultaneamente que vai perdendo “a graça” à medida que se torna rotineiro.
Terceira teoria: A pessoa em questão sente um vazio interno tão imenso que tenta supri-lo com várias pessoas. É a famosa carência. Ou talvez falta de amor-próprio.  Esse vazio por horas influencia no fato da pessoa querer mostrar que está “por cima” e mostrar aos outros o quanto é importante (vulgo querer se sentir o garanhão do pedaço).
Esses são apenas alguns motivos que podem resultar em traição. No entanto, apenas quem passa pela situação tem como saber a fundo o motivo. Às vezes precisamos ouvir as histórias para tentar pelo menos entender o porquê da traição. Logo, apontar e jogar pedras em quem o faz não altera a situação. Mostrar o sofrimento que a infidelidade causa sem recriminar talvez seja a melhor saída. Porque por trás de toda traição há uma mentira. Ou duas. Ou muito mais. Mentira para a pessoa traída. Mentira para a família envolvida. E, por último, mentira par si mesmo. Será que uma vida baseada em mentira é tão desejada assim???? Fica a seu critério, meu caro leitor...

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Diário de uma viagem de bordo: Quando dois mundos de matutices entram em choque


Mariazinha do Céu saiu do interior de Brejinho há 6 anos. Por causa disso já se sente aprendida. Agora é da “capitá”. Nem se lembra de como era tão matuta. Mas, às vezes, a matutice aflora, como no dia em que viajou pra uma cidade no interior da Paraíba.
            Sua amiga, Penélope Luxuosa a chamou para conhecer o seu interior, Sertão Verde, o qual estava festejando a sua Padroeira. Imediatamente ela pensou: “Deve ser uma cidadezinha com três ruas!”. Teve mais certeza ainda quando descobriu que o ônibus era um daqueles “pinga-pinga” que se uma galinha colocar o pé na pista, ele para (era galinha demais mesmo!) Mariazinha estava aflita em encontrar seu destino. Queria era ser feliz ao lado da sua amiga Penélope. Queria conhecer gente nova, fazer novos amigos e quem sabe... Mariazinha acordou dos seus pensamentos quando uma mulher gorda, com bigodes e sobrancelhas por fazer gritou: “O ônibus raí parar pa nóis cumê!”
            Era o fim do mundo. Onde ela estava amarrando seu burro? (hehehe). Chegando à cidade, foi mudando seu pensamento. Viu lindas mansões (com direito a lago e ponte na entrada), serras verdes e a estátua de um Frei quase do tamanho do Cristo Redentor. Desceu do ônibus, com Penélope na frente, guiando seu destino a puxar aquela mala a pé até a casa da sua tia. Quando uma matutice entra em choque com a outra não dá outra. Mariazinha vem de um lugar onde as pessoas são acanhadas. Ficam com vergonha diante da visita e falam tudo nas costas, rezando para que a visita vá embora. Dona Jurema Falanacara era bem diferente. Não tinha papas na língua. Reclamava de tudo, com uma brabeza sem tamanha. Reclamou do jeito que Mariazinha pintava a unha, do chinelo que Mariazinha não calçava e de como Mariazinha servia o almoço, porque primeiro tinha que vir o arroz e depois a carne em cima. A pobre matuta achou que era implicância, mas Penélope advertiu: “É implicância carinhosa, ela gostou de você!”
            As duas amigas se arrumaram “nos trinques”. Mariazinha na expectativa: “Será que aqui vou ter 50 centavos de felicidade?”. Lá iam as duas matutas da “capitá” se achando as estrelas de Sertão Verde. Foram para o Camarote da festa. Jorge Mãoaberta, amigo de Penélope, deu as senhas e explicou que em Sertão Verde o povo é arretado e a briga é de facada. Não dava certo ficar lá em baixo.
            O camarote era enfeitado. Cheio de luzes, balões, espelhos e fitas que caiam na boca sempre na hora de falar. E a frente dele estava Geraldo Fechação (pendia para o outro lado mesmo). Este tratou Mariazinha e Penélope como duas princesas. Era whisky, refrigerante, gelo, água-de-coco, petiscos, frios, salgadinhos, chiclete... Mariazinha nunca havia sido tão bem tratada. Tomando uns gorós com sua amiga, nem viu o tempo passar. Só sabia dizer: “Amigaaa a gente está só no Oude Parr!” Penélope só ria.
 As duas estavam causando inveja nas moçoilas do camarote ao lado. Onde tem inveja e olho gordo, tem desastre. Pobre Mariazinha, virou motivo de chacota quando caiu na escada em direção ao banheiro. Saiu bolando até cair de bunda no chão. Geraldo teve pena e apanhou a coitada. A desgraça estava feita. Pronto, agora só adiantava rir. Penélope riu demais. Por rir tanto, também sofreu uma queda. A coitadinha foi empurrada e caiu de joelho no chão. Pense só. Mulher bonita é isso mesmo. Foram 2 seguranças e um bom-moço que ali passava para ajudar Penélope. A pobre da Mariazinha só teve a ajuda de um rapaz alegre e duvidoso. Que vida injusta!
Depois de muito dançar, Marizinha viu sua saia no pescoço. Mas já não se importava. “Eu não sou daqui e nem vim pra ficar” pensava ela. Depois de se divertirem e dançar o Lêlêlê e o Kuduro (só dançar!) as duas amigas só queriam saber de comer o cachorro-quente de Bi. Não mediram esforços. Encheram o saco dos seus amigos até resolverem ir. Marizinha, não satisfeita com suas marmotas, se danou a comer o cachorro-quente de colher. De quebra, comeu também o guardanapo que forrava o negócio. O que o “Oude Parr não faz?”. Os novos amigos da região viram Mariazinha cometer esse deslize e nada disseram. Ao final, quando a matutinha estava terminando, foi aboradada do acompanhamento do cachorro-quente, o guardanapo.
Cada interior é diferente. Uns pendem para as matutices no jeito de falar, na forma de tratamento das pessoas, na brabeza. Outros pendem para o lado da inocência, do não saber agir, da tentativa de “abafar” sem muito êxito, do desastre quase cômico para não dizer infeliz. Quanto a Mariazinha, acho que ela encaixa na segunda opção. Mas um dia desses, ela consegue passar despercebida. Aí vai um recado para ela: “Força mulher, desanime não! Suas garfes ainda vão fazer muita gente rir.!”

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Onde está o romantismo?

“A vida, para alguns que a encaram como um jogo, o fato de ganhar ou perder, só demonstra o amadorismo de outros tantos, quando o quesito é o sentimento.

Não se pode imaginar uma vida a dois como um empate ou uma vitória, não se pode haver disputas, não se pode haver rivalidades.
O coração não aceita desaforos e é bastante traiçoeiro, apronta, nega, esconde, faz tipo, machuca, ama, gosta, aceita, reclama, faz charme.
Viver a dois, não significa que um lado da chamada "balança" sempre tenha que ceder, significa que sejam sim, pesos iguais.

Assim como a água e o óleo que não se misturam, os casais tem aparentemente a mesma química. Você já experimeitou "chaqualar" um recipiente com água e óleo? Já observou no que deu? Por alguns segundos, ambos se entrelaçam entre sí, e após a calmaria, cada um volta ao seu estágio natural. Mas com uma grande observação, eles NUNCA se separam. Duvida? Então tente separar o óleo da água. Retire o óleo sem derramar a água. Consegue? E a resposta é NÃO!
Um completa o outro e um é totalmente interligado ao outro.
Fugindo da aula de química, volto aos sentimentos.

Agradeço a Deus todos os dias por ter você em minha vida. Até agora vivemos momentos simples, e ao mesmo tempo únicos. Tem sido maravilhoso, conhecer um pouco mais de você a cada dia.
Ver você sorrir, ver você triste nem tanto, mas isso me faz sentir mais que a necessidade, mais que a obrigação, de te dar todo meu carinho e meu apoio, para que em pouco tempo, eu possa voltar a ver esse seu lindo sorriso..
Quero que saiba que você vem sendo muito importante para mim. de verdade...de coração...
Estar com você, me deixe em ares de graça, me deixa feliz...
Obrigado por fazer parte da minha vida...mesmo nos dias em que como você mesmo disse: "...entender suas manias e achar um charme seu temperamento difícil. Porque AMAR é isso..."

Bju grande...Fica com DEUS!”

(Marcus Rios)

            Essa declaração maravilhosa com certeza não fui eu que escrevi. Foi o namorado de uma amiga, Magnólia Pereira. Sim, isso mesmo essas palavras que tiram o fôlego vem de uma pessoa do gênero masculino. Diante disso resolvi comentar aqui algumas críticas ao comportamento atual de homens e mulheres.
            Encontrar um homem como esse, romântico está bem difícil... Digamos que é quase a mesma sorte de tirar na loteria! Mas por quê? Há um tempo, as mulheres gostavam de palavras doces e de serenatas e por conseqüência os homens faziam de tudo para conquistá-las. Será que ser romântico saiu de moda? Não entendo porque o romantismo tem sido tão repugnado por todos. No entanto, ser amável e dizer e provar que ama com atitudes, apesar de piegas, faz parte do jogo da conquista diário. Não é vergonhoso falar EU TE AMO. O mundo está precisando disso. Já imaginaram quantos atritos seriam evitados se ao invés de provar que não amamos, mostrássemos justamente o contrário?
            Homens, cuidar da sua amada, fazer um carinho, andar de mãos dadas, ajudá-la quando ao seu alcance, rir das piadas sem graça dela, abraçá-la quando estiver brava não vai torná-los menos “machos”. Vai tornar a sua amada ainda mais próxima de vocês. Não, as mulheres não gostam de ser destratadas, detestam caras que a desprezam e odeiam mais ainda grosserias e traições. Portanto, parem de agir como se elas não existissem e dêem valor a pessoa que está perto de você. Ela só quer carinho e atenção para assim te dar em dobro.
            Mulheres parem de dizer que não gostam de homens carinhosos. Todas nós gostamos não só de declarações, mas de gestos, olhares que provam. Não sei em que época surgiu que mulher gosta de homem ruim, mas sinceramente essa é a maior mentira que já inventaram. Como uma pessoa pode gostar de outra que só faz bobagem com ela, que não valoriza? Mentira deslavada.
            Vou mais além de uma relação homem-mulher. Acho que as pessoas estão precisando aprender a serem gentis umas com as outras. Gentileza não arranca as pernas! O mundo seria outro se as palavras: OBRIGADO, POR FAVOR, COM LICENÇA fossem pronunciadas com simpatia. Cara feia, brigas, discussões nem resolvem as situações e nem acrescentam nada de bom. Como a própria ciência indica, a competição, que gera as brigas, é uma relação intra-específica desarmônica em que todos perdem.
Digo isso porque já fui assim. Barraqueira mesmo (rsrsrsrsrsr)! Isso nunca me ajudou em nada. Assim comecei uma nova terapia, a de ser amável, a de tentar reclamar menos da vida e enxergar cada acontecimento como um aprendizado. Desde que iniciei essa mudança interna, depois de uma reflexão e uma auto-análise percebi que tudo tem se encaixado. Se a coisa não sai do jeito que queria é porque lá na frente vai ser ainda melhor! Moral da história: Faça o bem, porque pode demorar, mas o bem volta para você! É plantando o amor que se colhe a felicidade...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

As minhas origens

Férias é bom demais. Nada para fazer, acordar tarde, viajar... E o engraçado é que todas as férias sempre tem algo novo, alguma garfe. Sendo assim, nesse texto irei contar algumas leseiras, algumas “matutices” diretamente de Assu.
Já viu gente do interior quando vai morar na capital? Melhor, gente de Assu que vai morar em Natal? Pois é, meu começo foi complicado. Mas foi bem engraçado. Achava que o shopping (Midway Mall) era imenso (Kkkkkkkkkkkkkkkkk)! Não sabia pegar ônibus, tinha medo de andar na rua e me perder, tinha medo de andar com algumas pessoas e ficar mal falada (típico de quem é do interior)... São coisas que a gente tem que passar para aprender.
Mas o melhor mesmo aconteceu numas férias minhas. Aliás, as primeiras férias que viajei para um lugar diferente de Tibau/RN. Foi em janeiro de 2008. Ainda nem tinha saído o resultado do vestibular, me recordo. Minha prima me chamou para viajar com ela e o namorado porque o pai dela não os deixava viajarem sozinhos (como se eu fosse impedir muita coisa, ilusão dele coitado!). Foi a primeira vez que eu e minha prima ficamos num hotel...
Nós não sabíamos que existia uma profissão denominada camareira. Então, a primeira coisa que fizemos foi arrumar o quarto enquanto o namorado dela (hoje marido) tomava banho. Arrumamos tudo. E na hora de fazer as camas, então? Ela ficou brigando comigo porque eu não sabia arrumar direito. Foi uma confusão. O namorado dela entrou no quarto na hora dessa discussão e ficou rindo da gente. Mas isso não foi a única marmota (rsrsrsrsrsrsrs). Fomos tomar café-da-manhã. Aquele café que tem de tudo e você não sabe escolher o que comer. Aí minha prima se deparou com Inhame cozido. Inhame é um alimento em abundância onde vivemos. Mas simplesmente ela não sabia do que se tratava. E fez aquela pergunta: “Amor, que comida exótica é essa?” e ele : “É inhame!”. Não satisfeita ela retrucou: “ Ahh inhame?” e ele (tirando onda, claro) : “ Anhame não, inhame!!” e ela mais uma vez: “Tem gosto de que?” e ele:“De inhame, quer provar?”. Ela provou, mas parece não ter gostado muito, e disse: “Amor, não gostei não...”
 Aff... Ainda bem que eu fiquei calada, porque ele contou essa história para todos na família, mangando da gente. O pior é que ele distorceu a história do inhame de um jeito que não aconteceu. Até hoje ela fica P. da vida com essa passagem porque ele tira onda mesmo aonde eles vão. Provavelmente ela vai querer me matar quando vir esse post, mas é porque eu te amo priminha. Isso é uma forma de te homenagear e de rir das nossas experiências matutas!
Essas foram as primeiras das leseiras. O pior é que a gente faz e nem percebe. Em outra viagem com essas mesmas duas pessoas, dessa vez para Recife (foi minha primeira viagem pra lá), ele começou a nos instigar a fazer nossas “matutices”. Ele disse que quando estivéssemos chegando a Recife, veríamos muitas combes. Enfim, ele disse: “Chegue, vamos contar as combes!”. E nós começamos a contar as combes. Ele ficou se estourando para não rir. Quando estávamos lá pra centésima combe. Ele não se aguentou e começou a malhar da nossa cara...


Essas garfes, nada mais são do que um aprendizado diário. Tem coisas que fazemos errado porque não conhecemos. E depois que isso acontece, evitamos passar por aquilo de novo.Tem pessoas que vão rir ou criticar esse post e até me chamar de lesa e/ou corajosa por contar tudo aqui. Mas eu respondo o seguinte: eu não tenho e nem posso ter vergonha de quem eu sou e de onde eu vim. Acho que eu e minha prima temos algo especial, que nos faz diferente dos outros: a inocência, a coragem de errar e de perguntar. E são essas passagens de nossas vidas que nos unem e nos tornam tão amigas. Recado para todos do interior que moram na capital: Não tenham vergonha, ser matuto é ser especial! Seja matuto com orgulho!