quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Proteção e a arte do desapego

E quando achamos que já vimos de tudo, que já passamos por tudo, vem aquela deixa... Um dia todos já sofremos por alguma situação, coisa ou mesmo alguém. Em detrimento disso, muitas vezes, criamos uma capa protetora, uma bolha a qual nos envolvemos, para bloquear um novo sofrimento.

Amorosamente falando, essa bolha ocorre devido a alguma desilusão e pode ser representada por muitas situações e frases como: "eu não quero me apegar" ou "só quero curtição" ou "preciso de um tempo para mim". O problema é quando resolvemos estourar a bolha porque achamos ter encontrado alguém especial. Alguém que achamos que nos corresponde. E de repente nos jogamos. Vivemos intensamente. E acreditamos. E nos iludimos. Novamente.

E de repente descobrimos que é tudo um sonho. Que a realidade é outra. Que se entregar demais é um risco. Isso porque a pessoa pela qual nos envolvemos nem sempre é o que desejamos. Num mundo em que ninguém se importa com o sentimento alheio, vale tudo na arte da conquista. E quando se conquista, já não tem graça. E a pessoa que nos conquistou já não sente o mesmo encantamento. Perdemos a graça para ela.

E dói saber. Dói saber que você jogou a capa protetora fora por quem não te considera. Culpa do outro? Não. Culpa nossa. Culpa de quem se entrega demais e espera demais de quem acabamos de conhecer. Até porque tem vezes que esse "outro" nem faz por sacanagem. Tem vezes que ele acha sentir algo forte e se joga muito no início, quando se dá conta que não era o que esperava. Não era "a pessoa". E quase sempre ele também fica mal, porque iludiu alguém, mas não pode deixar de ser sincero.

E assim vamos vivendo, vestindo a capa protetora... tirando-a mesmo quando não se deve... O que não muda nunca, em todas as situações, é que nunca devemos deixar de pensar em nosso próprio bem-estar. E se a hora agora é de entrar na bolha??? Pois bem, que o façamos. Pratiquemos a arte do desapego.