Até onde o amor pode superar obstáculos? Até onde podemos acreditar que ele é de verdade? Meus caros, por muito tempo eu fui uma romântica desenfreada. Acreditava que o amor fosse algo completo, que superaria todos os desgastes. Acreditava que ele fosse um sentimento perfeito. Que desse colorido a vida. Acreditava nele, ao ver dois idosos juntos vivendo em matrimônio por mais de 50 anos. Até começar a sofrer por ele. Até sentir essa dor angustiante e dilacerante que vem junto com ele: a dor da desilusão.
Pasmem,
o amor não é o sentimento perfeito. Ele é cruel. O amor se inicia com paixão. E
toda paixão sempre traz os riscos da desilusão. Aí nos arriscamos, nos
apaixonamos. Fazemos de tudo pra que dê certo, porque quando a paixão se acalma
e se vence todos os percalços, aí nós temos o amor na sua mais pura forma.
Acontece que por muito tempo eu acreditei que pudesse chegar nessa forma de
amor. Mas nunca chegava para mim.
Quebrei a cara
uma, duas, três vezes. Me reinventei. Criei uma casca. Fiquei dura. Não me
deixei envolver. Nem sequer me deixei apaixonar. Minha mente evitou aquele
sentimento para que meu corpo não sentisse a dor da desilusão. E dessa forma
vivi por anos. Dessa forma fui feliz na medida do possível. Entrei no piloto-automático
para viver estável. Funcionou um tempo...
Recentemente
me deixei acreditar novamente que o amor pudesse existir. Abri a armadura de
ferro. Cortei minha casca. Libertei em mim toda aquela vontade de amar há muito
escondida. Libertei também meus demônios. Toda a ansiedade para fazer dar certo.
Voltei a acreditar que o amor pudesse existir. Que passada a paixão
avassaladora e os primeiros desafios impostos, o amor ainda estaria ali.
No entanto, mais
uma vez a vida me mostra que eu preciso recuperar minha casca. Amor é um
sentimento indefinido. É fraco. Nada pode fazer. Não é o suficiente para manter
duas pessoas juntas. Porque antes do amor há vantagens e desvantagens. De que
adianta sentimento se a situação não é confortável? Amor nada vence. Amor só
ilude. Amor não existe.
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