sábado, 11 de maio de 2019

Que o tempo liberte



O primeiro dia pós fim de relacionamento sempre é o mais difícil. A noite é mal dormida. As horas parecem não passar. A dor da perda parece não ter fim. A angústia invade o peito e se espalha por todo o corpo, do centro para as extremidades. Não se consegue deixar os olhos enxutos. As lágrimas caem desordenadamente. Toda a felicidade, toda a expectativa tornam-se sombra. Todos os planos se vão. Todas as projeções, todos os momentos de felicidade tornam-se pó.

                E de repente as lembranças vêm. Todos os beijos, abraços, momentos de carinho. Todas as noites dormidas abraçados. Cada apelido carinhoso, cada história vivida. As festas curtidas, os forrós dançados, o sexo a base de muita intimidade e carinho. E quando se trata de lembranças, o tempo não é mandatório. Não é o tempo que vai determinar a intensidade de um amor perdido. Tanto faz se foram 5 meses ou 5 anos, quando se vive juntos momentos inesquecíveis.
                No entanto o tempo é determinante no fim de uma relação. Não se esquece em um dia, por mais que se queira. Por mais que se tenha vontade de arrancar o sentimento do peito para não se sentir dor, ele fica lá. Ele só vai embora quando o tempo quiser que vá. E quanto tempo? Impossível determinar. Talvez um mês, um ano. Talvez ele nunca se vá. Talvez se tenha que aprender a conviver com essa dor do amor perdido. Talvez se tenha que guardar o amor a sete chaves e conviver com ele. O desfecho só o tempo permitirá saber. Que o tempo voe, que o tempo amenize, que o tempo liberte!


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