terça-feira, 30 de abril de 2013

O "Anjo"

Ele chegou. Mais parecia um anjo. Nos lábios um sorriso amarelo. Nos olhos, uma expressão cansada. Trazia consigo um semblante de tranquilidade. Me trazia paz. Me acalmava com cinco minutos de conversa.

Só que o anjo não era anjo. O "Anjo" era dono de uma história triste e de um fardo pesado a carregar. Mas, mesmo assim, para mim era como se fosse, porque ele tinha o poder de transformar meu dia e eu ficava mais feliz só em saber que iria encontrá-lo. O problema é que esse "Anjo" não podia estar comigo sempre. E eu ficava triste quando não podia vê-lo ou tocá-lo. E a felicidade momentânea que me trazia já não supria minha vontade dele.

Então pedi para ele ficar. Ele não soube o que responder. Ele ainda não havia decidido. Talvez porque ele fosse realmente um anjo e soubesse que eu não era. Talvez ele soubesse do meu lado demoníaco, da minha dualidade. Talvez ele tivesse medo. Me pediu para esperar. Eu apenas o olhei, com olhos que consentiram, porém, olhos apressados. Eu não era anjo. Eu não sou anjo. Meu lado demônio as vezes fala mais alto. E este não quer esperar para ser feliz, mesmo que para isso, precise mandar o anjo embora. 

No fundo, eu sabia que anjos nunca ficam. Anjos protegem, mas tem asas. Asas perfeitas. Um hora, eles as abrem e, simplesmente, voam. Um voo leve, de quem um dia pode voltar. Talvez, um dia.

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